segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Eu ou o mundo



  Eu e o mundo não nos damos muito bem sabe, eu e ele já percebemos isso a um bom tempo, e essa minha antipatia não é bem com o ele, é mais com perfis humanos e características humanas que insistem em estar presente nas pessoas que automaticamente habita ele.

  Eu tenho pouco mais de 20 anos, mas sou chato como um velho de 70. Se eu acreditasse em reencarnações provavelmente acreditaria ter recebido o espírito de uma tartaruga de uns 150 anos. O meu estilo de vida e a minha personalidade se equipara com a minha idade, mas minhas convicções e meu pensamento sobre o mundo é bem diferente dela.

  O que eu penso sobre as pessoas e sobre a sociedade é bem mais “ranzinza” do que 99% das pessoas que conheço na mesma idade que eu  e que inclusive levam um estilo de vida muito parecido com o meu. Então é difícil determinar e entender em que parte do meu processo de amadurecimento eu passei a ser tão critico com fatores sociais e com comportamentos sociais. Eu não sei por que sou assim, nem quando me tornei assim, só sei que sou assim e a se todo branco fosse assim.

  Eu acho que as pessoas se “apodreceram” de caráter, virtudes e principalmente de educação. O mundo vive numa necessidade e desejos superficiais de pessoas frias e sem conteúdo, numa roda gigante onde tudo o que eu quero é estar por cima do outros independentemente do que seja necessário para isso.

  A satisfação do meu querer é prioridade e deve ser cumprido mesmo que para isso eu tenha que atropelar uma senhora no ponto de ônibus e fugir sem prestar socorro, porque afinal de contas o importante é o que eu determino como importante e mais nada é importante a partir do momento que eu disse que não era importante. Eu sou o centro do mundo.

  É meio difícil transmitir essa insatisfação com a humanidade com exemplos práticos, são atitudes pontuais ou frequência de atitudes que se tornam parte do perfil das pessoas e algo característico dela, é claro que nem todo mundo é assim, mas a pequena minoria é tão atuante que me enoja.  

  De forma geral o que eu tento dizer é que as pessoas deixaram de ser humanas a um bom tempo e hoje são corpos habitáveis em busca de satisfação pessoal a todo custo. O respeito se tornou algo démodé, e não é nenhum pouco tendência. Vivemos em sociedade mas temos atitudes egoístas e completamente pessoais. Indivíduos completamente individualistas. Narcisistas.   

  Claro que temos que satisfazer nosso ego e buscar a satisfação pessoal, mas até que ponto conseguimos fazer isso sem ter que atropelar ou faltar com respeito com os envolvidos? Tudo sempre vale a pena se for a favor do beneficio próprio?

  É pensando assim que a sociedade se encontra da forma em que está e nem é preciso uma análise muito aprofundada ou horas de reflexão para perceber que não estamos na melhor época da chamada civilização.

  A cada geração que vem passando estamos dando um passo para trás na evolução humana e social. Sim, podemos ter novas tecnologias, uma ciência avançada e a capacidade de resolver e contornar problemas com nunca antes, mas as relações humanas estão decadentes e levianas e os próprios humanos voltaram aos primórdios da espécie, e olha, acho que ainda estamos bem piores que os Neandertais.

  A humanidade deu errado, e eu não sei em que caminho ela se perdeu. Só sei que perdeu.

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