terça-feira, 8 de julho de 2014

Que revelações sobre o mundo podemos ter quando sonhamos?



 Acho engraçado como as pessoas levam essa coisa de ‘sonhos’ a sério. Acreditam veemente que eles têm ligações profundas com a vida real e que refletem coisas que podem vir a acontecer no futuro.

 Não é a toa que no Brasil, muitas pessoas jogam o famoso “jogo do bicho” – que por mais que seja um jogo de contravenção é tão jogado quanto a TeleSena, MegaSena e etc – com base para o jogo, os sonhos que tiveram (só não entendo essas coisas de ‘sonhei com um cavalo’ tenho que ‘jogar na onça’, gente, se sonhei com o cavalo eu tenho que jogar no cavalo, oras! Mas a lógica nunca se faz presente nas jogatinas mesmo,  então me abstenho na minha ignorância e assim o mudo continua a girar) e assim são pautadas e embasadas em sonhos para que a sua sorte seja lançada.

 Outras pessoas usam os sonhos para tirar conclusões sobre acontecimentos (futuros). Já ouvi dizer que sonhar com ‘dente’ é sinal que alguém próximo vai morrer. Já ouvi dizer que se você apertar o dedo mindinho da pessoa que está presente no sonho e fizer perguntas, ela te responderá a verdade no que se refere à vida real. Enfim, existem milhares de formas de se interpretar os sonhos, as ligações que eles têm com a vida real e com acontecimentos futuros: proféticos.

 Muitas pessoas ficam mal quando sonham com certos acontecimentos, pois julgam que tal fato pode realmente ter acontecido ou que virá a acontecer. Quem nunca sonhou que estava num emprego novo? Ou que algum parente próximo havia morrido? Os sonhos por mais que aconteçam de forma misteriosa e sem muita explicação, tem grande peso de como levamos e enxergamos a vida.

 Claro que não para todo mundo, mas para a maioria talvez. Isso quando conseguimos lembrar do que sonhamos...

 Acontece que a ciência ainda não sabe explicar o real significado dos sonhos e nem porque eles acontecem, embora fisiologicamente e biologicamente ele seja compreendido. A psicanálise e Freud relatam inúmeras vezes que o sonho tem ligações profundas com a satisfação de desejos não supridos conscientemente, mas eu não tomaria isso como uma única verdade ou possibilidade, talvez em partes, pois não tenho desejos não suprimos sobre os meus pesadelos.

 Eu tenho uma teoria, e para mim os sonhos são nada mais e nada menos do que fantasias criadas a partir de acontecimentos que vivemos, e não são proféticos, não são produtos de ‘efeito e causa’ onde necessariamente os acontecimentos expressem algum significado sobre a realidade, e é justamente por isso que nem sempre são compreensíveis e entendidos.

 O sonho acontece quando o nosso cérebro, assim como Alice, se transporta para um “país das maravilhas” ondem existem todas as possibilidades sem que necessariamente tenham haver com a lógica. Muitas vezes são subprodutos do dia-a-dia, num processo onde ele recolhe vários acontecimentos e transforma em um filme de ficção cientifica, que ao acordar você não lembrará de nada.

 Os sonhos contam mais de nós mesmos do que sobre o mundo ou sobre possibilidades e sobre possíveis acontecimentos. Muitas vezes nossos sonhos são releitura de fatos já vividos, de preconceitos não expostos e de sentimentos reprimidos. Os sonhos não nos podem servir de aviso moral ou ético, mas pode nos servir de toques para que paremos e prestemos atenção de como está o nosso olhas sobre as pessoas.

 Pois então, esses sonhos não devem servir de combustível para realizar desejos na vida real e não se deve ter fé ou acreditar que eles podem se realizar. Também não devemos temê-los. Devemos apenas sonhar.

 Sonhos são iguais a algodão doce: sem forma, sem conteúdo, coloridos e extremamente agradáveis, quando crianças os adoraram, quando crescemos descobrimos que embora nos sentimos bem ao comer, afinal são doces, eles não alimentam.

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