segunda-feira, 3 de março de 2014

Especialidade: generalidades.


As vezes no silêncio da noite eu me pergunto: O que é mais importante nessa vida, abre aspas “Saber muito sobre uma determinada coisa, ou saber um pouco sobre variadas coisas?”

Minhas reflexões nunca são conclusivas, mas são instrutivas. Vejamos, existem os médicos especialistas que sabem profundamente bem sobre uma determinada área do corpo, e existem os clínicos gerais, que de forma ampla sabem um pouco de tudo.

Na maioria das vezes, consultamos um médico clinico geral, que se não por ele a ‘doença’ for tratada, saberá então para quem encaminhar. O processo naturalmente é assim. Claro que existem os casos onde já sabemos de qual profissional especializado precisamos, e então recorremos diretamente pra ele, mas em suma passamos quase sempre por um clinico geral.

O especialista tem noções gerais do nosso corpo assim como um clinico geral, mas como (óbvio) o nome já diz, ele trata especificamente de uma determinada doença, de uma parte do corpo de uma fisiologia especifica, geralmente é aquilo com o que ele mais se identifica, gosta e tem afinidade. Afinal, é sobre isso que ele tratará todos os dias de sua vida profissional.

Na vida de todos nós, assim como na vida profissional dos médicos, temos sim que ser especialista em uma determinada coisa, aquela coisa pela qual nos identificamos e gostamos, a área dentro de demais outras áreas em que atuar nos dá prazer, mas isso não nos impossibilita de conhecer muitos outros campos de atuação, profissões, conhecimento em geral.

A vida profissional nos pede que conheçamos bem sobre aquilo que vamos fazer, isso é bem necessário para o bom desempenho, e para que você tenha certeza das inúmeras atitudes que deverá tomar ao longo da vida profissional. Isso é indiscutível, MAS, a vida em sociedade nos pede que conheçamos também um pouco de tudo, sobre tudo.

Não podemos por uma ‘tapa’ (aquelas postas em animais de carga e que limitam a visão) e querer viver em sociedade, porque a sociedade é pluralizada, dinâmica e composta sobre muitos e muitos temas que vão muito além daquela sua especialidade. Temos que conhecer o mínimo sobre o máximo, mas devemos ter a humildade de reconhecer que sabemos pouco, e quando sabemos pouco temos que estar aberto a ouvir de outras pessoas que saibam mais do que a gente.

O ruim da sociedade, é tratar como ‘soberbos’ aqueles que tem um pouco mais de conhecimento do que a gente, porque na nossa mesquinharia não aceitamos que os outros saibam mais e acabamos mesmo que inconscientes e mentalmente tratando as coisas assim: Quem ele/ela acha que é pra está falando isso?. Ah a ignorância.

O conhecimento amplo sobre diferentes coisas conciliadas com o conhecimento aprofundado sobre um determinado assunto, é que nos tornam mais relacionáveis e experientes. A humildade de estar sempre disposto há conhecer um pouco mais e sempre, não nos permitem ser ignorantes, e quando se fala de ignorância não é a ignorância da falta de conhecimento, é a ignorância no modo de tratar e ver a vida.  De como levamos ela.

Quando você se empenha a conhecer profundamente apenas uma determinada coisa e ignora todo o contorno e todas as outras coisas, você se torna uma pessoa alienada. Você praticamente volta à esfera da irracionalidade, raciocinando apenas com parte do cérebro e ignorando e sendo ignorante para todo o resto da massa cinzenta.

O médico especialista não deixa de ser um clinico geral, e metaforicamente falando, como sociedade devemos ser uma junção dos dois. Pra sociedade: clínicos gerais. Pra profissão: especialistas.

Por fim, especialistas em generalidades.

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