As vezes no silêncio da noite eu me pergunto: O que é mais
importante nessa vida, abre aspas “Saber muito sobre uma determinada coisa, ou
saber um pouco sobre variadas coisas?”
Minhas reflexões nunca são conclusivas, mas são instrutivas.
Vejamos, existem os médicos especialistas que sabem profundamente bem sobre uma
determinada área do corpo, e existem os clínicos gerais, que de forma ampla
sabem um pouco de tudo.
Na maioria das vezes, consultamos um médico clinico geral,
que se não por ele a ‘doença’ for tratada, saberá então para quem encaminhar. O
processo naturalmente é assim. Claro que existem os casos onde já sabemos de
qual profissional especializado precisamos, e então recorremos diretamente pra
ele, mas em suma passamos quase sempre por um clinico geral.
O especialista tem noções gerais do nosso corpo assim como
um clinico geral, mas como (óbvio) o nome já diz, ele trata especificamente de
uma determinada doença, de uma parte do corpo de uma fisiologia especifica,
geralmente é aquilo com o que ele mais se identifica, gosta e tem afinidade. Afinal,
é sobre isso que ele tratará todos os dias de sua vida profissional.
Na vida de todos nós, assim como na vida profissional dos
médicos, temos sim que ser especialista em uma determinada coisa, aquela coisa pela
qual nos identificamos e gostamos, a área dentro de demais outras áreas em que
atuar nos dá prazer, mas isso não nos impossibilita de conhecer muitos outros
campos de atuação, profissões, conhecimento em geral.
A vida profissional nos pede que conheçamos bem sobre aquilo
que vamos fazer, isso é bem necessário para o bom desempenho, e para que você
tenha certeza das inúmeras atitudes que deverá tomar ao longo da vida
profissional. Isso é indiscutível, MAS, a vida em sociedade nos pede que
conheçamos também um pouco de tudo, sobre tudo.
Não podemos por uma ‘tapa’ (aquelas postas em animais de
carga e que limitam a visão) e querer viver em sociedade, porque a sociedade é
pluralizada, dinâmica e composta sobre muitos e muitos temas que vão muito além
daquela sua especialidade. Temos que conhecer o mínimo sobre o máximo, mas
devemos ter a humildade de reconhecer que sabemos pouco, e quando sabemos pouco
temos que estar aberto a ouvir de outras pessoas que saibam mais do que a
gente.
O ruim da sociedade, é tratar como ‘soberbos’ aqueles que
tem um pouco mais de conhecimento do que a gente, porque na nossa mesquinharia
não aceitamos que os outros saibam mais e acabamos mesmo que inconscientes e
mentalmente tratando as coisas assim: Quem ele/ela acha que é pra está falando
isso?. Ah a ignorância.
O conhecimento amplo sobre diferentes coisas conciliadas com
o conhecimento aprofundado sobre um determinado assunto, é que nos tornam mais
relacionáveis e experientes. A humildade de estar sempre disposto há conhecer
um pouco mais e sempre, não nos permitem ser ignorantes, e quando se fala de
ignorância não é a ignorância da falta de conhecimento, é a ignorância no modo
de tratar e ver a vida. De como levamos
ela.
Quando você se empenha a conhecer profundamente apenas uma determinada
coisa e ignora todo o contorno e todas as outras coisas, você se torna uma
pessoa alienada. Você praticamente volta à esfera da irracionalidade,
raciocinando apenas com parte do cérebro e ignorando e sendo ignorante para
todo o resto da massa cinzenta.
O médico especialista não deixa de ser um clinico geral, e
metaforicamente falando, como sociedade devemos ser uma junção dos dois. Pra
sociedade: clínicos gerais. Pra profissão: especialistas.
Por fim, especialistas em generalidades.
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