sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O cliente sempre tem razão?


Não há razão nessa máxima.

O cliente nem sempre tem razão, não mesmo. E não é porque você esta pagando que você pode isso ou aquilo. Os seus direitos devem ser assegurados sim, mas quando de fato tem algum sentido sobre o que você exige, quando aquilo de fato tem razão.

Não consigo compreender essa ideia de dar poderes às pessoas mesmo elas estando erradas.

Para mim funciona como adestramento de cão, que o reforço das ações mudam as características do animal. Ou seja: adestre o seu cão para sempre fazer necessidades em um determinado local e com a repetição logo ele fará sempre neste local, sem que haja a necessidade de estímulos, reforços e afins.

O mesmo serve para clientes sem razão: dê a ele o poder de fazer coisas erradas achando que está certo, e ele se sentirá no direito de fazer as necessidades dele onde bem entender, sem nunca pensar a respeito, já que os reforços da sociedade, sempre o estimularam a agir da forma que acha melhor conveniente.

É o estimulo repetitivo para criarmos uma sociedade cada vez mais burra e que não pensa nos seus atos.

É conveniente paras as empresas dar poderes aos clientes os tratando como majestade, já que estas dependem desses para obter seus lucros. E não há problema nenhum em dar pérolas aos porcos se eles pagam pelas pérolas. Só que a avida ultrapassa a posição de clientes e quando não estamos nesse ato (ser cliente), também somos pais e mães, vizinhos, trabalhadores, pacientes, motoristas, pedestres, cidadãos e tantas outras...

Agora imagina que se pra cada um desses, existisse uma máxima onde dissesse: “o paciente sempre tem razão”; “o vizinho sempre tem razão”; “o _____ sempre tem razão”?
Imagina que sociedade sem reflexão criaríamos, já que não precisaríamos nos questionar sobre o que estamos discutindo, já que eu sempre teria a razão.

Imagina quando essas “razões” começassem a se chocar: “o pedestre” X “o motorista”.  A sociedade do caos já estaria instalada.

O cliente sempre tem razão leva o raciocínio de ideias e de comportamento a um patamar de ignorância máxima, onde os atos não precisam ser pensados, analisados e confrontados. Eles precisam apenas de ação, sem nenhuma reflexão, e isso é simplesmente ridículo, haja vista que nós nem sempre temos razão.

Esse estimulo de não pensar sobre aquilo que se vai fazer nos levam a ver muitos acontecimentos constrangedores nos corredores da vida ao longo do dia-a-dia-. Muitas injustiças cometidas e muitas inverdades sendo massificadas somente pelo fato de que fulano ou sicrano considera-se no poder, no direito e na razão de fazer isso ou aquilo outro.

Mas você pode então se perguntar: eu não posso reclamar de produtos, prestação de serviço ou de qualquer outra coisa que eu esteja pagando pra que seja desenvolvida?

A resposta é bem simples: você pode, você deve e tem direito, mas ter razão são outros 500.

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