domingo, 15 de fevereiro de 2015

If we ever meet again

  Preciso falar algumas coisas de cunho estritamente pessoal e não há dias melhores pra isso do que os domingos chuvosos em ritmo de carnaval (embora eu não participe da festa da carne em nenhum sentido, aspecto ou interação quaisquer que sejam eles).
  
  Eu evito falar sobre as minhas peculiaridades da vida aqui no blog, porque o meu propósito aqui é escrever e refletir sobre coisas que possam agregar na vida de todo mundo, e que de alguma forma contribua para a vida das pessoas e da sociedade, e de verdade eu não vejo como as minhas mazelas podem desenvolver esse papel (e provavelmente não desenvolva).

  Porem e, sobretudo eu preciso escrever, preciso por pra fora, falar, explicitar e comunicar tais coisas que por vezes me afligem e por hora (nesse exato momento) encontra-se entalado entre minha epiglote e traqueia, mais ou menos na altura do esôfago.

  Pois bem, gostaria de saber o que leva as pessoas a disseminarem ódio gratuito as outras pessoas. Queria entender porque se tornou tão mais fácil e praticado a propagação da raiva ao invés de sentimentos bons. As pessoas estão inundadas de ‘más energias’.

  É claro que eu não acredito nessa coisa de energia (ao menos de forma substancialmente falando), mas quando eu digo energia tento dizer sobre o comportamento humano em relação aos acontecimentos e como ele se porta diante das outras pessoas, o que ele transmite com atitudes principalmente.

  E o que me leva a escrever é a leitura de um comportamento que transmite raiva, muita raiva.
  
  Se eu pudesse fazer uma pergunta especifica seria: Por que você me odeia? O que eu te fiz ou o que eu deixei de te fazer? Por que essa tempestade de raiva vinda de você e de quem te circunda?

  E sim, isso tem me incomodado, e eu não convivo muito bem com coisas que me incomodam. E talvez por isso eu tenha te abandonado como você já me disse ter se sentido, talvez por isso eu te deixei, porque as coisas que me incomodam me entristecem (e eu estava me sentindo incomodado ou ao menos desconfortável na nossa relação) e se me entristecem eu prefiro deixa-las para trás (não na forma de virar as costas, mas no sentido de resolver essa inquietação e seguir a minha vida). E eu segui sabe, estou seguindo, e você também está. Tudo indica que sim.
  
  Ai talvez você que esteja me lendo se pergunte: se realmente seguiu em frente, se deixou para trás, porque esta desprendendo energia pra falar de algo que já está resolvido? Por que te incomoda se já está vivendo bem?

  E eu te respondo: sabe que parando para pensar nem eu mesmo sei, nem eu mesmo compreendo porque gasto de minhas energias na tentativa de construir uma narrativa que me alivie a respeito de um assunto que aparentemente estava resolvidamente bem.

  A Rosana Hermann tem uma máxima que muito se aplica aqui: quando algo te incomoda, quando uma pessoa ou um acontecimento de incomoda a ponto de você se importar com aquilo, esse acontecimento, esse algo ou essa pessoa ganha poder sobre a sua vida e de uma maneira não intencional ele tem controle sobre você. Quando você começa a ter ações baseadas nesses pilares (pessoa, coisa, acontecimento), você começa a se render ao que aquilo representa na sua vida.

  Se você desprende energia para falar mal de uma pessoa que você não gosta, essa pessoa que você não gosta passou a ter um controle na sua vida de forma que você começa a se importar com ela, falar e desperdiçar tempo e principalmente A SUA VIDA a respeito disso.
  
  E isso é terrível, nada pior que o desperdiço de tempo/vida a respeito de algo que não acrescenta, não soma e nem contribui de forma positiva em sua vida. E é ai que ela te controla. Você passa a viver em função disso e não em função do que você gosta e te faz bem.

  Justamente por isso que eu escrevo, não porque falo mal de alguém ou alguma coisa, mas porque esse assunto sobre a raiva que eu enxergo existir é suficientemente controlador sobre mim a ponto de eu estar aqui nesse momento falando sobre isso, e eu não quero isso, não preciso disso, de escrever sobre um fato que já se passou tanto tempo que já está resolvido, que já ponhamos sobre pratos limpo e cada um seguiu o seu caminho. Não precisamos conviver com mal estar. Nem eu, nem você e nem quem está a sua volta.

  Eu acreditava que as coisas pudessem estar tranquilamente resolvidas e numa boa, a ponto de que poderíamos conviver num mesmo ambiente sem que parecesse estar presente ali uma cortina tóxica no ar.

  Eu me sinto tão bem e tão a vontade mesmo com presenças ‘ilustres’ nos lugares que eu frequento, que realmente não entendi a disseminação de ódio e mal estar de graça a respeito de mim vindo de pessoas completamente avulsas.

  Essa disseminação do ódio foi suficientemente forte o bastante para me controlar e fazer com que eu escrevesse tudo isso, eu gostaria de dizer que não me importo com a sua vida, com o que faz dela, e quem você envolva nela, não me importo com quem você se relaciona e de forma alguma eu vou ter influencia sobre a sua vida. Eu não pretendo isso, e eu não acho mesmo que eu exerça qualquer influência.

  Queria finalizar dizendo uma das minhas frases preferidas: fique bem. Fique bem e transmita esse bem estar pra quem te acompanha, diga que eu sou uma boa pessoa, e que até escrevi um texto dizendo o quão não gosto de temperamentos raivosos e mal estar, e diga que fiz isso porque gosto de me sentir bem, que estou bem e que espero que vocês também fiquem.

  Diga que sou do bem meu amor, e diga que o que passou, passou.
  
  E tudo isso chega o fim aqui, não há mais formas de controle à partir de agora. Está tudo pra fora, tudo dito novamente. Me sinto aliviado.


  ps: nunca me senti tão brega na vida escrevendo um texto.

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